Projeto de Arte Educação:
“Práxis - O Abstracionismo na Arte Escolar”
Professor Tiago Geraldo do Nascimento – Ensino Fundamental – Ciclo II
Justificativa: No âmbito escolar cada dia se constrói um degrau dos milhares alcançados no intuito da aprendizagem, apontando este progresso de experiências humanas diárias como impulso para a elaboração de um projeto de artes, cabia então detectar algumas defasagens na prática discente para construir um pensamento lógico de aprendizagem, unindo a temática artística com a evolução em outros quesitos uma vez que a arte é a língua do mundo.
Sabem-se os educadores que na fase ginasial, ou seja, no período de formação de personalidade e descobertas da vida humana, a adolescência, o educando necessita fazer relações com o mundo em sua volta e tendências que muitas vezes desconhece, mas é de grande importância para sua progressão.
O modo de ver o mundo e principalmente a produção de textos a partir de suas próprias criações é encarado de forma pouco intensiva, infelizmente fazendo de nossos educandos, frutos de meios e mensagens, mas não de suas próprias produções e questionamentos.
Pensando nisso a abordagem abstrata é enriquecedora, uma vez que bem exposta aos educandos, é capaz de enaltecer tanto a criação artística, quanto o letramento, fazendo sempre a consideração de que a arte nasce na idéia e não simplesmente do gestual.
Depois disto, pude abordar de maneira mais objetiva, proposital e sobretudo inovadora o tema proposto “Abstração” porém parti do princípio de que para esse dado entendimento seria necessária uma desvinculação da forma figurativa.
Fica desta forma evidenciada que este planejamento de aulas lecionadas favoreceu não apenas a linguagem artística a que se refere, mas também a comunicação escrita, leitura e senso auto avaliativo. Este contexto é fruto da temática do Projeto Político Pedagógico da escola que consiste entre seus temas: Letramento e Corpo.
Objetivos: Colaborar no processo de criação do educando na busca por representações sensoriais, utilizando a plasticidade para “interdisciplinarizar” a linguagem visual com a linguagem escrita, fazendo com que o aluno não apenas veja ou crie, mas também pense a arte.
Aflorar as manifestações humanas nas manifestações artísticas, oferecendo como base de aprendizagem uma série de exercícios e vivencias características destas abstrações, num paralelo ao próprio meio em que vive.
Não rogo por um “psicologismo da arte” muito pelo contrário, procuro ser criterioso nisso e passar este intuito não foi tarefa fácil; mas com a convivência e todo um ciclo de atividades desenvolvidas e mostra de meus próprios trabalhos artísticos, os educandos foram compreendendo o objetivo do que era aprendido.
Conteúdos Curriculares: O tema “práxis” foi escolhido para caracterizar o sentido primeiro da palavra, a pratica como requisito fundamental para a criação das imagens sensoriais desenvolvidas, através de estímulos que levei em muitas das aulas.
Evidentemente baseado em contexto histórico sob o olhar na arte do artista americano “Jackson Pollock” o qual era primoroso numa pintura abstrata provocativa aos padrões da época, numa ponte cultural com a artista brasileira “Wega Néri” que exercia uma abstração beirando o surreal. Havia ai uma mostra de duas formas de sentir e representar a arte, porém numa mesma linguagem e gênero.
Efetuando nestas duas fases o tema proposto, numa inter relação entre arte brasileira e estrangeira, ambas retratando passagens do século XX.
Muitos dos grandes pintores da história da arte chegaram a abstração observando e trabalhando com elementos figurativos e não como muitos pensam, que simplesmente riscam linhas sem sentido ou mancha telas sem saber o que se faz.
Faço-me deste argumento reflexivo para elevar a necessidade deste tema no cotidiano escolar.
Metodologia: Pautado na respeitada proposta triangular de Ana Mãe Barbosa, primo a pluralidade educativa através dos conteúdos e o envolvimento colaborativo entre eles, o procedimento de “CONHECER – VER – FAZER” para mim culmina no “PRODUZIR – CONTEXTUALIZAR – APRECIAR” e isso sem duvida foi pratica efetiva no desenvolvimento do projeto, uma vez que o mesmo foi distribuído por fases que contribuíram para isso.
Dividido em duas fases, sendo inicialmente o processo de auto reconhecimento perante a sociedade, ou seja, o individuo deve primeiramente conhecer-se para a seguir poder utilizar-se como ferramenta, não apenas no intuito pratico-manual, mas também interior-sentimental; dinâmicas e jogos teatrais são incorporados aos exercícios para favorecer este processo.
Atividade 1: (em sala) Perfil Individual + Perfil Coletivo através de uma dinâmica em 5 etapas: *1º escolha das duplas – caminhando pela sala *2º entrevistado e entrevistador – respondendo um questionário de 32 perguntas pessoais *3º troca de papéis – quem inicialmente respondeu desta vez entrevista e vice versa *4º mistura-se os alunos em grupos de 5 pessoas para integração e juntos deverão escolher uma questão que represente o pensamento mais importante do grupo, em seguida representar a questão visualmente num cartaz *5º explicar a imagem realizada.
Atividade 2: (extra classe) Identidade: Responder Plasticamente e escrito: *1º Eu Sou? *2º Eu Gosto? *3º Eu quero?
Atividade 3: (em sala) Exercício de Abstração: através de musicas de ritmos distintos, deixar o som levar a mão passeando pela folha. Orquestra e Rock.
Atividade 4: (no pátio) “Os cinco sentidos na Arte” com cheiros, toques, imagens e sons, alunos são instigados a compreender as abastrações.
Atividade 5: (no ateliê) “Multiplicidade de Cores e a Harmonia entre elas, através da representação chapada, dimensional e em contorno” A seguir nas demais aulas buscamos iniciamos a busca pela desconstrução da figura humana.
Para uma melhor compreensão e desapego da composição figurativa, é trabalhado paralelamente no caderno de desenho e em painel, as fotos de todos os alunos, registradas em sala de aula individualmente para que reconheçam-se como seres únicos e ai diferenciem também o figurativo, realista e o abstrato.
Atividade 6: (em sala e pelos corredores de exposição) “Texto de Apoio: CURADORIA” de forma prática assimilaram esta característica de exposição de artes.
Atividade 7: (no pátio) “Jogos Teatrais” de uma maneira bastante descontraída e bem assistida, os educandos mais uma vez saíram da sala de aula com o propósito de interagir com o outro, buscando a coletividade, pertinente para um trabalho em equipe.
Atividade 8: (no pátio e em sala de aula) “Ritmo e Cadencia Musical” como todo quadro ou toda composição abstrata segue um ritmo único de quem o fez, esta abordagem enriqueceu os procedimentos plásticos posteriores.
Atividade 9: (extra classe) “Pesquisa – O Abstracionismo na Arte” estudos paralelos para elaboração de trabalho escrito + apresentação em sala de aula para contextualizar tudo que era dito em sala de aula.
Atividade 10: (na Sala de Vídeo) “Filme Jackson Pollock” um mergulho na abstração do artista expressionista Americano dos anos 50, para entender sua poética.
Atividade 11: (extra classe) “Composição de sua obra de arte abstrata”
Conclusão do Semestre, este trabalho resume num apanhado geral de tudo que foi aprendido.
Outra vertente importante a ser relacionada é o fato de que os educandos deviam ao compor sua obra abstrata, justificarem os meios aos quais utilizou, o procedimento e a poética desenvolvida, isto é, justificar a imagem composta, casando sua idéia (insight) inicial com o resultado final, sendo ele próprio curador de sua produção.
Avaliação: À medida que os alunos iam envolvendo-se com o propósito a maneira da avaliação acompanhou este caminhar, pois na primeira fase a avaliação caracterizou-se pela participação e cumprimento das atividades solicitadas. As avaliações eram diárias.
Já na segunda fase a avaliação ficou voltada para a prática daquilo aprendido e a participação nos demais eventos. Embora alguns trabalhos fossem coletivos, toda avaliação foi singular, respeitando o processo de ensino aprendizagem de cada um.
Professor Tiago Geraldo do Nascimento (Pseudônimo Artístico: Tiago Ortaet)